sexta-feira, julho 27, 2007

Começando a treinar

Olá meus amigos,

Diz um velho ditado que a primeira lição de uma bruxa é aprender a cozinhar. Porque como é que a bruxa vai saber fazer as suas poções, se ela não sabe alimentar a sua cria?

Existem também muitas lendas a respeito de como seduzir seu homem pelo estômago, colocar "certos" ingredientes nos alimentos, para alcançar seus objetivos.

As tradições e religiões orientais principalmente, prezam muito uma alimentação saudável, porque o corpo reflete a mente, e somos o que pensamos. Então dizem : "Mente sã, corpo são", ou "Você é aquilo que você come".

E por esta linha de pensamento poderíamos falar horas e horas aqui sobre a alimentação e sua influência sobre a nossa mente, e vice e versa.

Este é um assunto muito interessante, que vamos aprofundar mais tarde. Por enquanto, passo algumas receitinhas básicas e genéricas de alimentos do dia a dia, sem precisar continuar a encher os bolsos dos americanos, pagando por utilizar as suas marcas, ok?

E vamos assim, treinando as nossas primeiras lições de bruxaria.
Espero que gostem.
Beijos a todos,

Rute Moabita
www.rutemoabita.com



AMARULA GENÉRICA

Ingredientes:

750ml de Conhaque
1 lata de creme de leite
1 lata de leite condensado
1 colher de sopa de leite em pó
2 colheres de sopa de chocolate em pó

MODO DO FAZER:

1. Bater tudo no liquidificador
2. Servir gelado



VEJA MULTI-USO

Ingredientes:
Água, vinagre, amônia líquida (amoníaco), bicarbonato de sódio e ácido bórico.

Preparo:
Em um litro de água morna (cerca de 45º C), coloque uma colher de sopa de vinagre, uma colher de sopa de amoníaco, uma colher de sopa de bicarbonato de sódio e uma colher de sopa de bórax ou ácido bórico.



SABÃO A PARTIR DO ÓLEO DE COZINHA

Material:
5 litros de óleo de cozinha usado
2 litros de água
200 mililitros de amaciante
1 quilo de soda cáustica em escama

Preparo:
Coloque a soda em escamas no fundo de um balde cuidadosamente
Coloque, com cuidado, a água fervendo
Mexa até diluir todas as escamas da soda
Adicione o óleo e mexa
Adicione o amaciante e mexa novamente
Jogue a mistura numa fôrma e espere secar
Corte o sabão em barras
ATENÇÃO: A soda cáustica pode causar queimaduras na pele. O ideal é usar luvas e utensílios de madeira ou plástico para preparar a mistura.



AMACIANTE GENÉRICO.

5 litros de água fria
1 litro de água quente ( sem ferver )
2 colheres ( sopa ) de glicerina liquida
1 garrafinha de leite de rosas
1 sabonete lux luxo branco ou dove

Esquente bem 1 litro de água ( sem ferver ), desligue o fogo e coloque o sabonete ralado.
Tampe e deixe algumas horas para amolecer.
Depois volte a panela no fogo baixo mexendo delicadamente sempre sem deixar ferver para derreter totalmente.
Despeje num balde e acrescente a glicerina, o leite de rosas e os 5 litros de água fria
Misture e engarrafe.

Observação : Na hora que se faz fica líquido, mas no dia seguinte fica bem cremoso. Se quiser, acrescente gotas de essência ou colônia para bebê.



TORTA DE MAÇA DO MC DONALDS

Ingredientes:

Para o recheio:
- 3 maçãs Fuji cortadas em fatias finas
- œ xícara (chá) de açúcar
- 4 xícaras (chá) de água (para cozinhar as maçãs)
- Suco de œ limão
- 1 colher (chá) de canela em pó
- 4 colheres (sopa) de amido de milho
- 1 xícara (chá) de água para dissolver o amido

Opções de recheio:

- banana (substitua as maçãs por 3 bananas nanicas - 1 colher de sopa)
- Queijo minas e goiabada ("Romeu e Julieta")
- Doce de leite com queijo (1 colher sobremesa de doce de leite e 1 colher de sobremesa de queijo minas ralado)

Montagem:

- Massa de pastel pronta
- Recheio frio
- Clara para pincelar as laterais
- Canela e açúcar para polvilhar

Opção de formato:

Corte um retângulo de 14 cm x 10 cm.
Passe clara nas bordas e coloque o recheio no sentido do comprimento da massa.
Enrole a massa no modelo que desejar (palitos, triângulos, etc)
Modo de preparo

Para o recheio:

Numa panela, coloque as maçãs, o açúcar, a água, o limão e a canela.
Deixe cozinhar por cerca de 30 min.
Acrescente, aos poucos, o amido de milho dissolvido na água.
Deixe esfriar.

Montagem:

Coloque o recheio já frio na massa.
Pincele as laterais com a clara e feche bem.
Frite em óleo não muito quente e polvilhe açúcar com canela.



FRANGO FRITO DO KFC

Temperar:

. 6 coxas e 6 sobrecoxas de frango em temperatura ambiente (*)
. alho/sal e pimenta vermelha - amassados juntos (faça uma pasta)

(*) o frango não deve estar gelado para não estourar quando fritar

Empanar:

Três travessas com

A)1 kg de farinha de trigo temperada com: sal, e pimenta calabresa seca a gosto
B)500 g de farinha de milho amarela triturada grosseiramente
C) 400 g de cereal de milho (triturado no liquidificador)

. 4 ovos batidos com um pouco de água

Para fritar:

. óleo para fritura
. água

Modo de preparo:

Tempere os pedaços de frango com a pasta feita com o alho, sal e pimenta. Deixe por 30 minutos.

1) Passe na farinha de trigo temperada
2) Retire o excesso de farinha de trigo e passe:
pelos ovos batidos
pela farinha de milho (apertando com as mãos)
Deixe descansar por 10 minutos.
3) Retire o excesso de farinha de milho e passe:

pelos ovos batidos novamente
pelo cereal de milho (apertando com as mãos)

Deixe descansar mais 10 minutos

Fritar:

Aqueça óleo suficiente para cobrir os pedaços de frango (130 a 140ºC), frite aos poucos (2 a 3 pedaços de cada vez), virando-os até dourar. Tampe a panela, afaste um pouco a tampa (uma frestinha), despeje 1 colher (sopa) de água e feche. Cuidado com a pressão da espuma feita pelo óleo e a água.

Repita o processo quando ouvir o chiado forte do óleo, até cozinhar o frango(uns 30 minutos).



KETCHUP HEINZ

Ingredientes:

- 5 kg de tomates maduro
- 200 g de pimentão vermelho sem semente
- 800 g de cebola
- 2 dentes de alho
- 1 colher de chá de pimenta do reino em grão
- 1 colher de chá de pimenta da Jamaica
- 1 colher de chá de cravo
- 2 ramas de canela em pau
- 1/2 colher de chá de mostarda em pó
- 4 colheres de sopa de açúcar mascavo
- 6 colheres de sopa de açúcar
- 1 colher de chá de sal
- 2 xícaras de vinagre branco.

Modo de preparo:

Corte os tomates e o pimentão. Bata-os no liquidificador ou processador e peneire para retirar as sementes e a casca. Volte ao liquidificador e bata com a cebola. Coloque o tomate, o pimentão e a cebola batida em uma panela e cozinhe em fogo baixo até reduzir em um terço do volume inicial. Em outra panela, misture o vinagre com o alho, a pimenta do reino, a pimenta da Jamaica, a canela e o cravo e cozinhe em fogo baixo por meia hora, deixando que os temperos soltem o seu sabor. Coe esse vinagre e acrescente metade da quantidade à panela dos tomates. Acrescente também a mostarda em pó, o açúcar e o sal. Ajuste os temperos ao seu paladar e se necessário acrescente mais vinagre, açúcar ou sal. Deixe esfriar, bata de novo no liquidificador e guarde em um recipiente limpo na geladeira.



MANDIOPÃ GENÉRICO

Ingredientes:

- 1 xícara (chá) de fubá de milho
- 2 xícaras (chá) de caldo de frango (2 tabletes de caldo de frango dissolvidos em 2 xícaras de chá de água)
- sal a gosto

- 250 g de polvilho azedo
- 3 colheres (sopa) de queijo parmesão ralado

- fubá para polvilhar

Variações de sabores: - 2 colheres (sopa) de alho frito / ou tomate seco processado / ou azeitonas verdes processadas

- óleo para fritar
- sal para salpicar

Modo de preparo:

Numa panela em fogo médio coloque 1 xícara (chá) de fubá de milho e 2 xícaras (chá) de caldo de frango (2 tabletes de caldo de frango dissolvidos em 2 xícaras de chá de água) e sal a gosto e cozinhe, mexendo sempre, até formar um angu duro (+/- 5 minutos).

Transfira a massa para uma tigela, espere amornar e junte 250g de polvilho azedo e 3 colheres (sopa) de queijo parmesão ralado. Amasse bem até formar uma massa lisa.

DICA: Nesta hora pode-se dar sabor na massa juntando alho frito, ou tomate seco processado, ou azeitonas verdes processados.

Divida a massa em três partes e faça 3 rolinhos.

Numa panela com água fervente cozinhe os rolinhos. Depois que eles boiarem, deixe cozinhar por mais 5 minutos.

Coloque os rolinhos cozidos numa fôrma forrada com pano e polvilhada com fubá. Passe fubá por todo rolinho.

Leve para geladeira por 4 horas ou até o dia seguinte.

Corte os rolinhos em fatias bem finas (corte com auxílio de uma faca ou fatiador de legumes), espalhe-as numa fôrma e leve ao sol por mais 3 horas.

DICA: as fatias de mandiopan também podem ser secas
- no forno pré-aquecido a 100º C por 2 horas (mexendo vez em quando);
- no microondas, colocando as fatias num prato sobre papel toalha, separadas umas das outras para não grudar por +/- 1 a 1 œ minuto.

OBS: Quanto mais secas ficarem as fatias, melhor será o resultado.

Numa panela com bastante óleo quente, frite as fatias. Salpique sal e sirva imediatamente

RENDIMENTO: 400 g de mandiopan (sem fritar)

Custo total da receita: R$ 4,00 a R$ 5,00 reais

OBS: O mandiopan industrializado vendido em lojas e mercadinhos rendem: 80 g (sem fritar) e custa R$ 4,00 a R$ 5,00 reais a caixa (com 80 g)



CHOCOLATE PRESTÍGIO GENÉRICO

Ingredientes:

- 400 g de coco seco ralado
- 1 lata de leite condensado
- 1 xícara (chá) de glucose de milho branca
- 8 colheres (sopa) de leite em pó

- 300 g de chocolate ao leite misturado com 300 g de chocolate meio amargo derretidos em banho-maria

Modo de preparo:

Numa tigela misture coco seco ralado, leite condensado, glucose de milho branca e leite em pó. Amasse bem.

Numa assadeira baixa e retangular (32 cm X 21 cm), forrada com saco plástico, distribua a massa (feita acima). Leve para a geladeira por 2 horas. Retire da geladeira e corte barrinhas de 10 cm X 1,5 cm. Reserve.

Banhe as barrinhas de coco em chocolate ao leite misturado com chocolate meio amargo derretidos em banho-maria e disponha sobre papel-manteiga. Leve para gelar por 15 minutos apenas para secar o chocolate. Corte as sobras com o auxílio de uma faca pequena.

Rendimento: 40 unidades

Custo total da receita: R$ 8

NO MERCADO - 4 unidades custam: R$ 4,46 reais

NESTA RECEITA - 4 unidades custam: R$ 0,80 centavos



DORITOS GENÉRICO

Ingredientes:

- 4 ovos
- œ xícara (chá) de água
- 3 envelopes de tempero em pó vermelho
- 2 colheres (chá) de sal
- 4 xícaras (chá) de farinha de trigo

- 4 colheres (sopa) de queijo parmesão ralado (opcional para variar o sabor)

- óleo para fritar
- tempero em pó vermelho para polvilhar (opcional)

Modo de preparo:

Numa batedeira coloque os ovos, água, tempero em pó vermelho, sal e 2 xícaras (chá) de farinha de trigo (reserve as outras 2 xícaras) e bata bem.
Dica: se desejar sabor de queijo no salgadinho, nesta hora, adicione queijo parmesão ralado e bata com os ingredientes que estão na batedeira.

Desligue a batedeira.

Numa superfície faça um monte com farinha de trigo, reservada acima (ainda resta œ xícara de farinha) e sobre a farinha coloque a massa da batedeira. Sove bem incorporando a farinha até que a massa desgrude das mãos e mantenha a textura mole e úmida.

Coloque dentro de um saco plástico e deixe descansar por +/- 10 minutos.

Reparta a massa em 4 partes. Numa superfície lisa, polvilhe AOS POUCOS o restante da farinha (œ xícara) enquanto abre cada parte da massa bem fino.
Dica: Quanto mais fina a massa for aberta, mais crocante o salgadinho vai ficar.

Com uma faca afiada ou cortador, corte pequenos triângulos de cada massa aberta.

Frite em óleo moderado (150 ºC a 160 ºC) até dourar.

Escorra em papel toalha e (se desejar) polvilhe um pouco de tempero em pó vermelho e misture delicadamente.



MAIONESE HELLMANS GENÉRICA

Ingredientes:

- 2 unidade(s) de ovo
- 2 colher(es) (sopa) de suco de limão
- 1 xícara(s) (chá) de óleo de soja Sadia
- quanto baste de sal
- 1 colher(es) (sopa) de mostarda

Modo de preparo:

Os ingredientes devem estar em temperatura ambiente. Misture os ovos, o suco de limão e a mostarda e bata por alguns segundos no liquidificador e deixe descansar alguns minutos. Ligue o liquidificador e adicione o óleo bem lentamente através do furo da tampa. Bata até atingir o ponto e acrescente o sal. Faça somente a quantidade necessária para o consumo imediato, não guarde mais do que um dia.
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ESFIRRA DO HABIB´S

Ingredientes:

(100 unidades)

2,5k de farinha de trigo;
30 a 32g de fermento biológico seco (Fleischmann);
250g de açúcar refinado;
250g de óleo de soja;
1 a 1 Œ l de água filtrada;
25g de sal refinado.

Recheio:

3,5k de patinho moído;
Tomate, cebola, tempero a gosto.

Modo de Preparo:

Misture a farinha com o fermento e o açúcar.Deixe descansar por 5 minutos. Adicione o óleo a água e o sal. Coloque a massa sobre uma superfície de mármore e sove-a até que fique com aparência homogênea. CoM uma faca corte tiras largas da massa. Depois, corte-a ao meio. Faça um rolo grosso. Tome como medida três dedos e corte a massa em pedaços iguais.Faça bolas e jogue sobre mesa com fubá. Utilizando três dedos, achate cada bola fazendo laterais altas (como um ninho de beiradas não muito altas).Deixe descansar por 10 a 20 minutos polvilhados com fubá.

Tempere a carne, misture com tomate sem pele e sem semente, com a cebola e temperos. Coloque uma pequena porção sobre cada disquinho de esfiha.Espalhe o recheio por igual e asse em forno preaquecido a 180º.

*Pode ter recheio de queijo tipo Minas.



MILK SHAKE DE OVOMALTINE DO BOB'S

INGREDIENTES:

3 colheres de sopa de ovomaltine
100ml de leite bem gelado
3 bolas de sorvete de creme

MODO DE FAZER:

Bata no liquidificador o leite e o sorvete por 1 minuto.
Acrescente o ovomaltine e bata até misturar. Não bata muito, senão o ovomaltine vai derreter.
Coloque em um copo grande e salpique mais um pouco de ovomaltine



DANONINHO GENÉRICO

INGREDIENTES:

500g de morangos limpos cortados ao meio

8 colheres (sopa) de açúcar

1 colher (sobremesa) de suco de limão

1 e meia xícara (chá) de leite bem gelado

1 lata de creme de leite bem gelado

200g de ricota

MODO DE FAZER:

Numa panela coloque os morangos, o açúcar, o suco de limão e ferva mexendo sempre por cinco minutos. Retire do fogo e coloque no liquidificador com o leite e o creme de leite, ambos bem gelados. Vá acrescentando a ricota aos poucos, batendo até formar uma pasta lisa um pouco mais mole que o Danoninho original (ao ir para a geladeira, seu Danoninho genérico ficará com a mesma consistência do original).



CATUPIRY

Ingredientes:

4 colheres (sopa) de amido de milho
100 g de queijo parmesão ralado
1 litro de leite

Modo de Fazer:

Numa panela, misture o leite com o amido de milho (dissolva o amido em um pouco de leite antes de misturar, para não empelotar). Leve ao fogo e faça um mingau. Retire do fogo e coloque o queijo ralado. Mexa bem e utilize.



SMIRNOFF ICE GENÉRICO

Ingredientes:

1 litro de vodka Natasha (se vc tiver grana sobrando, compre a Smirnoff)
2 litros de Sprite
1 envelope de Clight de limão
1 litro de água mineral com gás

É só misturar todos os ingredientes bem gelados. Rende o equivalente a 16 garrafinhas

Usando a Vodka Natasha, sai por cerca de 14 pratas (R$ 0,88 por garrafa). Usando a Smirnoff, 23 pratas (R$ 1,44 por garrafa) .



CAPETA

Ingredientes:

- 1 dose(s) de vodka
- 3/4 xícara(s) (chá) de leite condensado
- 1 colher(es) (sopa) de canela-da-china em pó
- 1 colher(es) (sopa) de mel
- 1 colher(es) (chá) de guaraná em pó
- 1 colher(es) (chá) de achocolatado em pó
- 4 pedra(s) de gelo

Preparo:

Coloque todos os ingredientes no liquidificador ou na coqueteleira e bata. Coe e divirta-se.



BISCOITOS PRETZEL

Massa:
* 2 tabletes de fermento biológico fresco (30 g)
* 2 colheres de sopa de açúcar refinado
* 4 xícaras de chá de farinha de trigo
* 1 xícara de chá de água morna
* 1 ovo
* 3 colheres de sopa de margarina
* 1 pitada de sal

Para cobertura:
* 1/2 xícara de chá de açúcar
* 1 colher de sopa de canela em pó
* Margarina derretida suficiente para banhar o pretzel

MODO DE PREPARO:
Massa:
1. Em um recipiente dissolva o fermento no açúcar.
2. Junte os demais ingredientes e amasse bem.
3. Cubra e deixe descansar por cerca de 30 minutos, até dobrar o volume.
4. Coloque a massa sobre uma mesa enfarinhada e faça 15 cordões de 1 cm de espessura e cerca de 50 cm de
comprimento.
5. Para fazer o formato de pretzel junte as 2 pontas no centro do cordão, dando duas voltas antes de apertar
bem.
6. Coloque em uma assadeira untada e enfarinha e deixe descansar por 15 minutos.
7. Antes de assar pincele ligeiramente com água.
8. Asse em forno médio pré-aquecido, por cerca de 10 minutos, ou até que fique dourado.

Cobertura:
1. Depois de assado, e ainda quente, banhe ligeiramente o pretzel na margarina derretida e polvilhe com o
açúcar e a canela.
2. Coma em seguida.
3. É delicioso se saboreado com alguém que você ama.



BIG MAC GENÉRICO

PÃO

5 xícaras (chá) de farinha de trigo
2 tabletes de fermento fresco (30 gramas)
2 xícaras (chá) de água
2 colheres (chá) de sal
1 colher (sopa) de açúcar
2 colheres de margarina
2 colheres de sopa de sementes de gergelim

Junte o fermento com o açúcar. Acrescentar a água e misturar bem. Em um recipiente, colocar a farinha, os demais ingredientes e a mistura contendo o fermento. Sovar a massa por 5 minutos em superfície enfarinhada. Deixar descansar por 20 minutos. Dividir a massa em 24 pedaços e modelar os pãezinhos. Colocar em um tabuleiro untado e deixar crescer por, aproximadamente, 60 minutos ou até dobrar de volume. Povilhar com sementes de gergelim e levar ao forno moderado (190ºC) por, aproximadamente, 15 minutos. (no caso de fogões que não cheguem a essa temperatura, deixe por mais tempo) Eles estarão prontos quando você sentir um som de oco quando bater com os nós dos dedos sobre a superfície do pão.

HAMBURGER

800 g de carne moída
100 g de toucinho fresco bem moído
1 colher (sopa) de sopa de cebola em pó
1 dente de alho amassado
3 colheres (sopa) de semolina de trigo
3 colheres (sopa) de soja desidratada

Primeiramente hidrate a soja colocando-a de molho em 2 xícaras (chá) de água por meia hora. Depois escorra bem e coloque em uma tigela. Junte os demais ingredientes e misture bem. Modele a massa com a mão, deixando no formato de hambúrguer. Reserve. Frite, leve ao forno ou grelhe na chapa (se quiser, pode congelar).



DANETTE GENÉRICO

Ingredientes:

4 colheres de sopa de maizena
6 colheres de sopa de chocolate em pó
1 litro de leite
1 gema
1 lata de leite condensado
1 lata de creme de leite

Modo de fazer:

Misture todos os ingredientes, menos o creme de leite, e leve ao fogo até engrossar. Espere a mistura esfriar um pouco e bata na batedeira, juntando o creme de leite aos poucos.



REQUEIJÃO GENÉRICO

Ingredientes:
250g de ricota
100g de manteiga
500ml de leite fervendo (não é fervido... é fervendo, muito quente mesmo!)
1 colher de chá de amido de milho
1 colher de chá de sal

Modo de fazer:

Bata todos os ingredientes no liquidificador por 5 minutos (conte no relógio). Coloque em copos de requeijão e deixe esfriar antes de levar a geladeira. Fica igualzinho ao que você compra no supermercado. Se você não disser que foi você que fez, ninguém vai notar a diferença.



PIZZA HUT ORIGINAL

Molho

1 lata de molho de tomate (simples, sem tempero se possível sem sal).
1 colher de chá orégano
1/2 colher de chá. de manjerona
1/2 colher de chá Manjericão desidratado
1/2 colher de chá de sal de alho ( vendido em qualquer supermercado)

Misture todos os ingredientes e deixe descansar por 1 hora.

Massa

300 ml. água morna (40ºc)
1/4 de xícara de leite em pó desnatado
1/2 colher de chá de sal
4 xicaras de farinha de trigo
1 colher de sopa de açúcar granulado
30g de fermento biológico
2 colheres de sopa de óleo vegetal (para massa)
250 ml. óleo vegetal (85 ml por pizza)
Butter-flavored Pam

Misture o fermento, açúcar, sal, e o leite em pó em uma vasilha grande. Adicione a água morna e misture bem. Deixe descansar por 2 minutos.
Acrescente o óleo e misture bem . Misture a farinha até a massa se formar e absorver a farinha. Coloque a massa em uma superfície lisa e sove por aproximadamente 10 min. Divida a massa em 3 bolas.
Coloque 80ml em cada uma das três assadeiras redondas de 23 centímetros para bolo, lembre-se de espalhar bem. Abra a massa em um disco de aproximadamente 23 centímetros. Coloque na assadeira com óleo. Passe um pouco de manteiga nas bordas da massa. Cubra com um prato e deixe descansar em uma área aquecida por aproximadamente 2 horas. .

PARA CADA UMA DAS PIZZAS:

Aqueça o forno a 250ºC.
Espalhe com uma colher 1/3 xícara de molho sobre a massa, deixando a borda sem molho(a mesma borda que vc tinha passado manteiga aproximadamente 2.5 cm da borda.
Distribua 50 gramas de queijo mussarela ralada sobre o molho.
Coloque os ingredientes do seu gosto: Pepperoni, presunto, frango com catupiry , vegetais, carnes. Faca o sabor que vc imaginar.
Cubra com 90 gramas de queijo mussarela
Asse até o queijo borbulhar e a massa da borda ficar bem dourada. Corte em seis pedaços e BOM APETITE.



BARRA DE CEREAIS

INGREDIENTES:
1 xícara (chá) de açúcar mascavo
1 xícara (chá) de aveia grossa
1 xícara (chá) de aveia média
1 xícara (chá) de aveia fina
1 colher (chá) de bicarbonato de sódio
150 g de margarina derretida
Meia xícara (chá) de farinha de trigo
1 xícara (chá) de nozes picadas
1 xícara (chá) de castanhas de caju trituradas

MODO DE PREPARO:
Numa tigela, misture o açúcar mascavo, a aveia grossa, a aveia média, a aveia fina, o bicarbonato de sódio, a margarina derretida, a farinha de trigo, as nozes picadas e as castanhas de caju. Com o auxílio de uma colher, misture bem os ingredientes até que a margarina seja bem absorvida pelos outros ingredientes. Numa forma retangular (18 cm x 28 cm), sem untar, coloque a mistura apertando para que cubra toda a forma. Leve em forno pré-aquecido a 200ºC por 35 min. Retire do forno e deixe esfriar completamente. Desenforme, e, com o auxílio de uma faca de serra, corte a massa em quadrados no tamanho que desejar.



LEITE CONDENSADO

INGREDIENTES:
10 colheres de sopa de açúcar
1 copo grande de leite em pó
1/2 copo de água fervendo
1 colher de margarina sem sal

MODO DE PREPARO:
1. Bata tudo no liquidificador por 5 minutos.
2. Leve à geladeira por várias horas (mais ou menos 4 horas).
3. Obs: Esse substitui o original.



MC FRITAS

Ingredientes

- 1 kg de batatas
- sal a gosto

Modo de Preparo

Descasque as batatas e deixe de molho na água. Leve uma panela com água no fogo, e deixe ferver. Coloque aos poucos a batata de cada vez e ferva por 3 minutos. Retire-as e coloque-as na água fria, para parar o processo de cozimento ( por 3 minutos). Retire as batatas da água, e enxugue-as uma a uma. Congele em aberto. Depois de congeladas, coloques -as em sacos próprios para congelamento, bem fechados, e volte ao congelador. Frite as batatas ainda congeladas, em óleo bem quente até ficarem douradas!!!



PARA GELAR CERVEJA EM 3 MINUTOS

Antes de tudo, peço que ao manipular com esses produtos não mexa com fogo.

MISTURA ALTAMENTE INFLAMAVEL, veja abaixo porque. LEIA O GUIA TODO ANTES DE COMEÇAR.
Não nos responsabilizamos por acidentes que pode vir a ocorrer.

Vamos lá, a quantidade de material a utilizar depende muito do recipiente e da quantidade de cerveja a ser gelada.
Você pode fazer isso em um simples balde, em uma bacia grande, numa caixa d’água, ou ate mesmo numa piscina.
Não existe uma quantidade especifica de materiais, mas basicamente você fará o seguinte.

Medida para um balde comum:
-Coloque toda cerveja a ser gelada no recipiente.
-Adicione um saco de gelo pequeno (aqueles industrializados)
-Adicione 250g de sal de cozinha(1/4 do saquinho de 1kg)
-Adicione 1 litro de álcool em liquido.
-De uma leve misturada e aguarde os 3 minutos.

ATENÇÃO: -REPARE QUE VOCÊ ESTA MEXENDO COM ALCOOL, SENDO ASSIM CUIDADO SE ESTIVER NUM CHURRASCO E TER CONTATO COM FOGO.
-CUIDADO COM BRINCADEIRAS PERTO DO RECIPIENTE DE GELAMENTO COM FÓSFORO, ISQUEIROS...
-MANTENHA AS CRIANÇAS LONGE DO RECIPIENTE.
-SEMPRE DEIXE ALGUEM DE OLHO, NA MISTURA, POIS QUALQUER PESSOA CURISOSA QUE QUEIRA COLOCAR A MAO, OU A CABEÇA NO RECIPENTE PODE TER SEU MEMBRO CONGELADO PELA SUBSTÂNCIA.
-NÃO RECOMENDADO FICAR POR MUITO TEMPO COM SUA MÃO NA MISTURA, PRODUTO ALTAMENTE CONGELANTE.

OBS: Caso em 3 minutos não esteja gelado, espere uns 5 ou 10
minutos. Veja que para realmente funcionar em 3 minutos depende
da quantidade de álcool no total da mistura, ou seja, o percentual de
álcool da mistura de água+sal e também da quantidade de cerveja a
ser gelada.

-Se ainda não gelar extremamente gelado, isso quer dizer que a
mistura não foi suficientemente adicionada com álcool. Para evitar
problemas, coloque o Maximo de álcool possível, já que é material
de baixo custo.

-Antes de gelar dezenas ou centenas de caixas de cerveja, faça testes
com apenas algumas latas ou garrafas, para caso venha a congelar
você não desperdiçar uma quantidade grande de líquidos.

-AO RETIRAR AS LATAS E/OU GARRAFAS, LIMPE-AS COM
AGUA PARA RETIRAR O ALCOOL.
-AGORA FIQUE DE OLHO NA CERVEJA, POIS HA CASOS QUE
ACIMA DE 3 MINUTOS A CERVEJA SE CONGELOU DE TÃO
GELADO (ISSO TAMBEM DEPENDE DA QUANTIDADE DE
ÁLCOOL E DE CERVEJA A SER GELADA)



CAPPUCCINO INSTANTÂNEO GENÉRICO

INGREDIENTES

300g de leite em pó instantâneo (integral ou diet)
100g de nescafé ORIGINAL
250g de açúcar ou 25 envelopinhos de aspartame (se vc quiser um capuccino diet)
2 colheres de sopa de chocolate em pó
1 colher de sopa de canela em pó
1 colher de chá de bicarbonato de sódio

MODO DE FAZER

Misture todos os ingredientes e guarde em latas bem fechadas e protegidas da luz (não guarde em vidros)

segunda-feira, julho 23, 2007

A Alma da Bruxa

Olá, meus amigos,

Atendendo a pedidos, de agora em diante vou comentar os textos que coloco nos meus blogs, para que assim vocês possam conhecer melhor a minha forma de pensar e agir.

Ontem assisti a um vídeo com o último show da Madonna e fiquei impressionada com a profundidade das mensagens que ela passa através das músicas e da produção do show.
Temas mundiais como o tratamento das mulheres no Afeganistão, Fome na África, e críticas à igreja Católica, tema da mensagem anterior deste blog, foram abordados no show.

Além disso ela fala: "Pessoas falam e falam.... mas será que todos nós fazemos o que falamos?" Com certeza ela Faz. e se já gostava dela, agora virei fã de carteirinha. Assistam ao show, vale muito a pena.

Um pensamento só é válido se puder ser colocado em prática. Não adianta nada estudarmos e estudarmos, sabemos como se deve fazer as coisas, e nada fazermos. O conhecimento só é válido se puder ser aplicado e se tornar útil.
Coloco aqui um texto sobre o comportamento e a personalidade da bruxa, com certeza diferente da maioria das pessoas "ditas" normais.

Espero que gostem.
Beijos de Luz,

Rute Moabita


ALMA DA BRUXA

A alma da bruxa é o espelho mensageiro do universo da criação divina.
A simplicidade é um dos sinais de beleza interna, que indica a beleza da alma da bruxa. Sempre foi assim.
Desde todos os tempos, as pessoas têm o desejo de conhecer a alma de uma Bruxa. Pois apesar de parecer complexa e cheia de artifícios, é exatamente ao contrário. É simples e descomplicada, a alma da Bruxa.
A grande qualidade da simplicidade é que os pensamentos, palavras e ações para uma Bruxa são iguais. Têm o mesmo peso. Uma Bruxa simples adquire virtudes divinas facilmente, e muito mais prontamente que a bruxa astuta e sem controle das artimanhas do seu ego ( centro).
Quanto maior a simplicidade, maiores são as bênçãos da Deusa Mãe e das pessoas com quem convive.
Fazer magia é principalmente adquirir hábitos serenos e transmitir vibrações de pureza.
No seu estado natural de consciência de alma, a Bruxa naturalmente simples, é direta, honesta e livre de complexos de personalidade, trazidos pela identificação do corpo com as coisas supérfluas da vida material.
Ser simples para uma verdadeira Bruxa , é ser livre de pretensões e malicias. Uma Bruxa simples tem a candura das belas flores, e prima pela moderação.
Uma das características predominantes da alma de uma Bruxa, é uma certa economia de palavras, por entender que essas são muito fortes e necessitam de muita dosagem para o equilíbrio natural do universo. Essas devem ter a simplicidade da natureza, para serem entendidas na essência por qualquer criança e tão profundas que apenas os sábios e buscadores possam apreciá-las em sua profundidade.
A verdade para a alma da bruxa é sempre simples e portanto profunda. Quando a verdade é partilhada com simplicidade, todos podem experimentar a verdade diretamente.
A tolerância é também uma das mais importantes características da alma de uma Bruxa e é até mesmo, considerada por elas como poder, ou seja uma grande habilidade.
Tolerância é mais do que simplesmente capacidade para suportar dor ou dificuldade. Ë mais do que ter mera simpatia ou indulgência. Só a tolerância verdadeira transforma inimigos em amigos e capacita a alma a abençoar aqueles que a maldizem.
A tolerância é o poder que capacita a alma a crescer e desenvolver-se em ambientes não favoráveis, vencendo todos os obstáculos. Exatamente por isso, a Bruxa desenvolve essa virtude como uma habilidade sagrada e mágica.
A Bruxa de alma verdadeiramente tolerante não alimenta qualquer vestígio ou mesmo traço de ressentimentos ou vingança e nunca está vulnerável à tristeza
Alegria e jovialidade, mantêm a alma da Bruxa sempre leve e flexível. Alegria torna-as sempre bem – vindas onde quer que cheguem. Preservam com entusiasmo e jovialidade, mesmo em face de obstáculos ao auto-respeito. Trazem sempre um largo sorriso, bom humor e palavras de incentivo. Pois são como os Cisnes Negros, no pântano colhem apenas as pérolas. Significa a verdadeira Bruxa colhe as boas qualidades e virtudes (pérolas) dos que as cercam, sem se deixar contaminar pelos defeitos.
A humildade na alma da verdadeira Bruxa é mais percebida pelas ações que pelas palavras, sabendo elas que, para cada ação existe uma reação, e assim agem os Deuses, são as leis do universo. E quanto ao que diz respeito às leis que regem o universo, as Bruxas são incansáveis, supremamente confiantes, trabalham para elevar a todos por absoluto amor a Deusa.

terça-feira, julho 10, 2007

As Atrocidades da igreja Católica ao longo dos Séculos

A Página Negra do Cristianismo
2000 Anos de Crimes, Terror e Repressão

Autor: Enrico Riboni
Tradução: Cassy Besky
Fonte: Realidade

“Acreditar num deus cruel, faz um homem cruel” Thomas Paine

Prefácio
Há cerca de 2000 anos, nascia na Galiléia um fundador de seita, que acabaria crucificado uns trinta anos mais tarde. Algumas de suas últimas palavras na cruz foram “Dêem-me de beber”. E só. A seita que ele tinha fundado tornar-se-ia, com o passar dos anos, a maior de todos os tempos. Ela tomará o poder político dentro do Império Romano, abolirá a liberdade de religião, depois ajuntará montanhas de cadáveres: os seus membros massacrarão milhões de “infiéis”, “hereges”, “feiticeiras” e outros, depois se matarão entre eles próprios, levando a Europa às guerras mais ferozes que ela conheceu. Um passado destes poderia incitar à modéstia, mas os cristãos reivindicam, pelo contrário, o monopólio da ética. Proclamam que adoram o Deus único, que deus é “amor”, e se consideram melhores que o resto da humanidade.

Única ideologia capaz de dividir com o comunismo e o nazismo o pódio dedicado às ideologias mais mortíferas da história humana, o cristianismo mantém-se uma ideologia dominante em muitos países ocidentais, como o “gendarme do mundo”, os EUA. Chegou a hora de abrir o “Livro Negro do Cristianismo: 2000 anos de terror, perseguições e repressão”, que resume algumas das piores atrocidades cometidas em nome dessa ideologia que pretende promover o amor ao próximo.

Ano um
“Os deuses não estavam mais, e Deus não estava ainda”
O Império Romano garantia a liberdade de culto. O ateísmo e a razão dominavam. É nessa época que nasce um sujeito que, segundo dizem certos judeus, perdeu o juízo porque leu o Tora demasiadamente jovem. Ele funda uma seita que visa proibir o culto dos outros deuses, exceto o seu. O sujeito é finalmente morto, mas a seita se expande com o êxito que se conhece.
O culto da personalidade do fundador da seita atinge, nos cristãos, um nível que mesmo o estalinismo não conseguirá igualar: o fundador é proclamado “verdadeiro homem e verdadeiro Deus” (“Deus-Homem”, em linguagem comum). Os que duvidam disso são proclamados imediatamente hereges, e sofrerão mais tarde os raios da Inquisição. A partir do século IV da nossa era, começará o assassinato dos não-crentes pelos cristãos.

Anos 50-70
A seita cristã se desenvolve. Textos gregos, escritos por membros da seita fora da Palestina (“Os evangelhos”) relatam a vida do fundador: nascido duma virgem, que se manterá virgem mesmo tendo vários outros filhos, ele terá sarado doentes, mas também amaldiçoa uma figueira que fica instantaneamente seca, e fará precipitar num lago centenas de porcos que lhe não pertenciam (Nota 1). Este personagem, que defende os pobres mas também afirma que “aqueles que têm tudo serão louvados, e aqueles que nada têm, o pouco que têm ser-lhe-á retirado”, um pouco patético quando amaldiçoa uma figueira ou se deixa crucificar, é declarado a encarnação do “Deus único”. O fato de, segundo os evangelhos “canônicos”, as suas últimas palavras sobre a cruz terem sido “Dai-me de beber” não parece perturbar os adeptos da seita, que se expande por todo o Império.
A intolerância religiosa dos cristãos, que visam abertamente, desde o início, impor uma interdição aos cultos de deuses que não o seu, o qual eles insistem ser o “único Deus”, começa logo a atrair a atenção da justiça romana, que defende a liberdade de culto, a qual é um dos pilares dessa sociedade complexa e multicultural que é o Império Romano dos primeiros séculos da nossa era. A propaganda cristã inverte habilmente a situação. Os condenados pela justiça romana são declarados “mártires” e os seus restos são venerados nas igrejas, inventando-se a lenda de eles terem sido executados por terem “recusado a renegar a fé”, desculpa essa bem melhor do que a verdade nua, que mostra que foram condenados por desordem e imposição da intolerância religiosa na sociedade multicultural.

Ano 312
Tomada do poder pelos cristãos. No fim duma guerra civil, Constantino toma o poder. Pouco depois ele se converte oficialmente ao cristianismo, e “autoriza”, num primeiro tempo, o culto do deus único cristão, pelo Édito de Milão: é o início da perseguição religiosa na Europa. Pouco a pouco o culto dos outros deuses, exceto o deus cristão, vai sendo proibido. Os santuários clássicos serão destruídos ou transformados em igrejas cristãs. No fim do século IV, não haverá mais nenhum templo pagão em toda a bacia do Mediterrâneo.

Ano de 380
O imperador Teodósio proclama oficialmente o Cristianismo a única “Religião de Estado”. Mas ainda será necessário esperar mais 12 anos para que todos os outros cultos sejam definitivamente proibidos.

Ano de 389
Teófilo, hoje Santo Teófilo, é nomeado patriarca de Alexandria e inicia imediatamente uma violenta campanha de destruição de todos os templos e santuários não-cristãos. Tem o apoio do pio imperador Teodósio. Deve-se a Teófilo a destruição, em Alexandria, dos templos de Mitríade e de Dionísio. Essa loucura destruidora culmina em 391 com a destruição do templo de Serapis e da sua biblioteca. As pedras dos santuários destruídos serão usadas para edificar igrejas para a nova religião única, a cristã.
Em seguida e para demonstrar que ele é capaz de perseguir também cristãos (na medida em que eles não sejam 100% ortodoxos), Teófilo comanda pessoalmente as tropas que atacam e destroem os mosteiros que aderiram às idéias de Orígeno, um teólogo cristão que foi declarado herege porque afirmava que deus era puramente imaterial.

Ano de 389
Pela primeira vez, um chefe cristão dita a um imperador a política a ser seguida: Santo Ambrósio de Milão levanta-se em plena catedral e, com o sentido de caridade tão particular aos cristãos, impõe que o imperador anule a ordem que dera ao bispo de Calinicum, sobre o Eufrates, para que reconstruísse uma sinagoga que ele e a sua congregação tinham destruído. A Igreja toma partido, assim, desde o princípio, dos incendiários de sinagogas, posição que continuará a manter até ao ano de 1940.

Início dos anos 390
O piedoso imperador cristão Teodósio interdita progressivamente todos os cultos não cristãos. Pouco a pouco, os templos não-cristãos são fechados ao culto, as procissões “pagãs” são proibidas. Esta supressão da liberdade de religião em proveito exclusivo do cristianismo causa, por vezes, revoltas, como a de 408, em Calama, na Numídia. É nessa época que acontecem na Germânia as primeiras execuções de hereges, uma bela tradição que a Igreja desenvolverá com a Inquisição e a perpetuará até 1826.

Ano de 391
Uma multidão de cristãos, guiados por Santo Atanásio e Santo Teófilo, deita abaixo o templo e a enorme estátua de Serapis, em Alexandria, duas obras-primas da antiguidade. A coleção de literatura do templo também é igualmente destruída.

Ano de 412
Cirilo, hoje Santo Cirilo, doutor da Igreja, é nomeado bispo de Alexandria e sucede a seu tio Teófilo. Excita os sentimentos anti-semitas difundidos entre os cristãos da cidade e, à frente duma multidão de cristãos, incendeia as sinagogas da cidade e faz fugir os judeus. Em seguida encoraja os cristãos a tomar os bens dos fugitivos, deixados para trás.

Ano de 415
Hepatia, a última grande matemática da Escola de Alexandria, filha de Theon de Alexandria, é assassinada por uma multidão de monges cristãos, incitados por Cirilo, patriarca de Alexandria, que será depois canonizado pela Igreja. O motivo dessa ação foi que a brilhante professora de matemática representava uma ameaça para a difusão do cristianismo pela sua defesa da Ciência e do Neoplatonismo. O fato de ela ser mulher, muito bela e carismática, fazia a sua existência ainda mais intolerável aos olhos dos cristãos. A sua morte marcou uma reviravolta: após o seu assassinato, numerosos pesquisadores e filósofos trocaram Alexandria pela Índia e pela Pérsia, e Alexandria deixou de ser o grande centro de ensino das ciências do Mundo Antigo. Além do mais, a Ciência retrocederá no Ocidente e não atingirá de novo um nível comparável ao da Alexandria antiga senão no início da Revolução Industrial. Os trabalhos da Escola de Alexandria sobre matemática, física e astronomia serão preservados, em parte, pelos árabes, persas, indianos e também chineses. O Ocidente, por outro lado, mergulha no obscurantismo, do qual começará a sair mais de um milênio depois. Em reconhecimento pelos seus méritos de perseguidor da comunidade científica e dos judeus de Alexandria, Cirilo será canonizado e promovido a “Doutor da Igreja”, em 1882.

Séculos V a XV
A “Idade Média Cristã”. Aproveitando o desaparecimento das grandes bibliotecas romanas e na ausência quase total da atividade editorial na Europa, a Igreja obtém, de fato, um monopólio sobre o conjunto da escrita e da informação. O povo é deixado propositadamente na ignorância, a leitura da Bíblia é desencorajada mesmo no caso de se ter acesso a um exemplar. Pouco a pouco, a Igreja impõe o seu domínio sobre a sociedade. A inquisição, o celibato dos padres (Nota 2), o caráter obrigatório do casamento antes de qualquer relação sexual, são todas instituições que datam dessa época. É também nessa época que se desenvolve o que se tornará uma das mais ricas tradições cristãs: queimar pessoas vivas. Cerca de um milhão de “bruxos” serão torrados durante a Idade Média. As cidades concorrerão para tentar bater recordes de quantidade de bruxos queimados por ano. O recorde foi estabelecido pela cidade de Bamberg, sede do episcopado, que conseguiu assar 600 feiticeiros num só ano.
Um grande número de membros da Igreja atual ainda lamenta o fim dessa época, quando a Igreja dominava totalmente a vida social. Religiosos (e outros) cristãos lembram com saudade a “espiritualidade” da época, a arte que deu grande ênfase à morte – assunto que sempre apaixonou os cristãos, e a música envolvente.

Ano de 804
O imperador cristão Carlos Magno converte grande número de saxões, propondo-lhes a seguinte escolha: converter-se ao catolicismo ou serem decapitados. Vários milhares de cabeças caem, com a bênção da Igreja: os sacerdotes presentes participam da jogada do imperador.

Século IX
Cisma do Oriente. O patriarca de Constantinopla pretende que se deve utilizar o pão com levedura para a Eucaristia. O Papa, bispo de Roma, afirma que se deve usar pão sem levedura. Com base neste problema de capital importância, a cristandade se divide, e os dois patriarcas, de Roma e de Constantinopla, se excomungam mutuamente. O Cisma vai provocar mortes até aos anos 90 (guerras nos Balcãs, ex-Iugoslávia, de católicos contra ortodoxos).

Ano de 1182
Os “pogroms” latinos de Constantinopla. Na cidade do piedoso patriarca que come pão levedado, estabeleceu-se, desde o início de século XII, uma colônia de mercadores “latinos”, essencialmente originários de Veneza, Gênova, Pisa e Amalfi. Mas essas pessoas têm tudo para desagradar aos prelados ortodoxos: além de utilizarem o pão sem levedura para a Eucaristia, fazem o sinal da cruz no sentido errado, da esquerda para a direita e não da direita para a esquerda! Os popes excitam a população e enfim, nos dias radiosos de maio de 1182, a multidão guiada pelos popes pega os latinos: vários milhares deles, homens, mulheres e crianças são trucidados.

Séculos XI e XII
Em face do crescimento da população da Europa, a Igreja propõe um método de controle populacional “natural”: as cruzadas. O apelo às cruzadas foi lançado em 1095. Em 1099 Jerusalém é “libertada”: logo que as tropas cruzadas entraram na cidade, o governador muçulmano rendeu-se sob a promessa da população civil ser poupada. Claro, a totalidade da população (que compreende essencialmente judeus e muçulmanos) é passada pelas armas nas horas seguintes, mas com o cuidado de antes violentar todas a mulheres e decapitar as crianças. Estima-se em 70.000 o número de civis massacrados. A última fase do massacre passa-se nas sinagogas e mesquitas da cidade, onde os habitantes aterrorizados se refugiaram: pensam que o caráter religioso dos locais possa inspirar os piedosos cruzados à clemência. Nada disso acontece: os cruzados entram e transformam os locais de culto em vastas carnificinas. O massacre de milhares de civis amontoados na grande mesquita da esplanada do templo dura várias horas. “Tudo o que respira” na cidade foi morto, informam com orgulho os comandantes dos cruzados.

Ano de 1204
A 4a Cruzada fez uma parada em Constantinopla, na época a maior cidade cristã. Mas os cristãos sabem fazer entre eles o que fazem aos outros: durante três dias, Constantinopla foi posta a saque, com uma orgia de violências indescritíveis.

Anos de 1208 a 1244
Cruzada dos Albigences: por iniciativa do papa Inocêncio III, uma cruzada é preparada. Em 1209, como alguns “hereges” se haviam misturado com a população de Beziers, o duque Simon de Monfort deu uma ordem que lhe assegurou a posteridade: “Matem-nos todos, deus reconhecerá os seus”. Toda a população, homens, mulheres e crianças são passados pelas armas. A Provence e a região de Toulouse ficam muito despovoadas após essa guerra que é dirigida contra a população civil, com uma ferocidade sem precedentes desde as invasões bárbaras.

Anos de 1226 a 1270
Luís IX, rei de França. Finalmente um católico, de reputação piedosa e íntegra, ascende à coroa de França. A Igreja o canoniza em 1290, em reconhecimento de seus méritos que, ninguém duvida serem excepcionais. De fato, durante o seu reinado, São Luís lança duas cruzadas, que terminam as duas de modo catastrófico: pouco importa, é a intenção (de matar e de pilhar) que conta, aos olhos da misericordiosa Igreja católica! No plano interno, São Luís (Nota 3) faz de modo que a justiça puna de modo sistemático os blasfemeadores: são postos nos pelourinhos e têm as suas línguas atravessadas por ferros em brasa.

Ano de 1231
Fundação da Inquisição. O Santo Ofício, durante toda a sua história, queimou mais de um milhão de pessoas, essencialmente hereges, judeus e muçulmanos convertidos e também os “bruxos”. A última feiticeira será queimada em 1788. O último “herege” chegará à sua vez em 1826. A inquisição e os seus imitadores protestantes queimam também médicos e cientistas, desde que haja uma oportunidade.
A Igreja nunca se arrependeu dos atos da Inquisição e até garantiu a continuidade histórica da instituição até aos nossos dias, limitando-se apenas a mudar-lhe o nome: será necessário esperar que Pio X, em 1906, faça que o “Santo Ofício da Inquisição” seja renomeado como “Santo Ofício”, e em 1965, para que seja rebatizado como “Congregação para a doutrina da fé”. Enfim, em 1997, o papa abre os arquivos do Santo Ofício, e historiadores escolhidos a dedo são autorizados a fazer pesquisas. As estimativas do número total de vítimas da inquisição são então revistas para cima, havendo um consenso que roda hoje em torno de um milhão de pessoas executadas, ao qual é necessário acrescentar as inúmeras pessoas torturadas e com todos os seus bens apreendidos.

Ano de 1251
O papa Inocêncio IV autoriza enfim a inquisição a praticar a tortura. A obtenção das confissões de culpa é grandemente facilitada. A inquisição pode aplicar, com base em confissões arrancadas através de tortura, penas indo duma simples oração ou dum jejum até à confiscação dos bens e mesmo prisão perpétua. Mas ela não pode condenar à morte. Com a subtileza característica da Igreja católica, a inquisição podia “passar” um herege para a justiça comum, que o levará à morte na fogueira, com base na confissão obtida pela Igreja, mesmo com tortura. Essa subtilidade permitirá à Igreja afirmar que ela nunca matou ninguém...

Anos 1347 a 1354
Em toda a Europa reina a Morte Negra, a primeira grande epidemia de peste no continente. Os prelados católicos logo descobriram os culpados: os judeus teriam envenenado os poços de água. Esse boato espalha-se por toda a Europa e inúmeros “pogroms” acontecem. Na Alemanha contam-se 350 comunidades judias totalmente destruídas pelos “pogroms” nesse período. Na Itália, em Milão, as autoridades civis e eclesiásticas, depois de terem executado no braseiro os “untori” judeus, inauguraram uma coluna comemorativa para lembrar o seu feito. Essa coluna passou à História com o nome de “Coluna infame”, quando, no século XIX, o romancista Manzoni teve, em primeira mão, a coragem de denunciar esse monumento à perversão religiosa.

Ano de 1483
Tomás de Torquemada é nomeado Grande Inquisidor de Castela. Esse monge dominicano (Nota 4) faz uma ampla utilização da tortura e da confiscação dos bens das vítimas. Estima-se em 20.000 o número de pessoas queimadas durante o seu mandato.

Ano de 1487
Dois monges dominicanos alemães, Jacob Sprenger e Heinrich Institoris publicam o “Malleus Malleficarum”: trata-se dum espesso volume de 400 páginas que é um guia (claro que aprovado pela hierarquia católica) de caça às bruxas. Lá se pode aprender a identificá-las (p. ex. se uma mulher acariciar um gato preto e a centenas de metros alguém se sentir mal, etc), a torturá-las para as fazer confessar, e como os inquisidores podem se absolver mutuamente, depois duma sessão de tortura. A obra afirma também que negar a existência da feitiçaria é uma heresia muito grave, passível de morte na fogueira. Durante dois séculos e meio, na Alemanha, depois da publicação do Malleus Malleficarum, negar a bruxaria podia levar ao braseiro. O manual foi um “best-seller”...

Ano de 1492
O rei “muito católico” e a rainha “muito católica” (títulos dados pelo papa em pessoa!) de Espanha, expulsam os judeus. Eles podem escolher se converter, para então poderem ser justiçados pela inquisição (que queimará grande número deles) ou partir. Mais de 160.000 judeus saíram da Espanha. A hierarquia católica não fica indiferente a essa medida duma crueldade assustadora: ela aprova a medida, e o papa encoraja os outros soberanos europeus a se inspirarem no exemplo espanhol. Em toda a Europa os padres católicos se mobilizam para obrigar os governos a proibir a entrada dos judeus expulsos.
Os judeus que escolheram se converter são perseguidos pela inquisição com uma impressionante determinação: até ao século XVIII, far-se-á o “Teste da banha de porco” aos judeus convertidos e seus descendentes: uma salada com pedaços de carne e banha de porco é apresentada ao “convertido”. Se for notado que ele não comeu a carne suína, será queimado como “falso convertido”. Esse método será também aplicado aos muçulmanos e seus descendentes.
Se a expulsão dos judeus de Espanha foi a maior do gênero registrada na História, não foi a primeira. Na França, os prelados católicos tinham já conseguido a expulsão dos judeus em 1306, e que foi logo revogada, antes de ser confirmada em 1394. A Inglaterra já tinha procedido à expulsão em 1290. Em 1496, Portugal imita o seu poderoso vizinho, expulsando também os judeus.

Ano de 1493
O primeiro índio da América no paraíso. Quando Cristóvão Colombo, que teve o cuidado de levar um monge nas bagagens, chega à América, encontra os índios que descreverá como gente amigável e solícita. Prende 12 deles e os leva para Espanha. À chegada, um deles fica doente: antes da sua morte, é batizado rapidamente, o que permite a corte dos muito católicos reis exultar, porque um indígena do Novo Mundo acabava de entrar no paraíso cristão. Esta triste história marcará o início da trágica cristianização dos índios americanos, onde os episódios dos redutos do Paraguai e as perseguições aos índios Pueblo serão alguns dos mais trágicos.

Ano de 1499
Acontece neste ano o maior “auto da fé” que a História registra. Em um só auto de fé, o inquisidor Diego Rodrigues Lucero queima vivos nada menos que 107 judeus convertidos ao cristianismo, em Córdova.

Século XVI
O drama dos castrados. A Igreja, que tinha proibido que mulheres cantassem no coral das igrejas, enfrenta um problema trágico: como não torturar os ouvidos dos piedosos prelados de cristo, privando-os das vozes sopranas, tão importantes nos coros para louvar o amor a deus? Uma solução bárbara é encontrada: castrar jovens meninos cuja voz tenha sido considerada bela. Nos corais da Santa Igreja católica não faltarão assim nunca os sopranos e contraltos...
Esta prática bárbara só terminará em 1878, por ordem do Papa Leão XIII. Mas é mantida ainda durante o século XIX, a ponto de Rossini, quando ele compôs a “Pequena missa solene”; escreveu, com naturalidade, que serão suficientes para executá-la “um piano e uma dúzia de cantores dos três sexos, homens, mulheres e castrados”.

Ano de 1506
“Pogrom” de Lisboa: 3000 judeus são trucidados pelos piedosos católicos, incitados pelos prelados.

Século XVI
Júlio II della Rovere, papa. Hábil chefe militar, veste uma armadura durante a missa, quando um monge insolente lhe diz que o traje não é conveniente. “Quando se trata de conquistar terras, deus não faz questão do traje, mas da fé do seu servidor”, lhe responde, passando assim à História. Deus lhe permitiu, de fato, conquistar a cidade de Bolonha, que foi, como deveria, posta a saque.

Ano de 1521
Inspirado pelo Espírito Santo, que aparentemente não tinha o que fazer, um monge alemão, Martin Luther, traduz do latim o “Novo Testamento”, em algumas semanas. O diabo acaba de o tentar: Lutero não encontra coisa melhor a fazer do que lançar sobre ele um tinteiro, que suja a parede. Essa mancha está religiosamente preservada para os turistas do castelo de Wartburg.
O acontecimento pareceria insignificante. Mas não é, pois ele inaugura o maior cisma da cristandade: durante os séculos seguintes, os cristãos vão se massacrar mutuamente ainda com mais entusiasmo do que quando eles matavam e queimavam os não-cristãos, os hereges, as bruxas, os judeus e muçulmanos convertidos, etc.
Lutero escreverá e dirá diversas vezes que era necessário queimar as sinagogas e escorraçar os judeus das cidades: ele se situa assim dentro da tradição dos pais da Igreja católica, e que será mantida até ao século XIX pela inquisição e depois no século XX pelos camisas castanhas (seguidores de Mussolini).

Ano de 1527
Saque de Roma. Os soldados protestantes massacram a totalidade da população de Roma, umas 40.000 almas, e pilham a cidade. O papa é salvo pelos guardas suíços. Ele se fecha com eles no Castelo de Santo Ângelo, enquanto a população é massacrada. Ele passou um grande medo. Os suíços ganham assim uma fama profissional no estrangeiro, o que se perpetua até hoje.

Ano de 1553
Calvino, que condena os excessos da Igreja Católica, faz decapitar o livre-pensador e médico Michel Servet, que havia descoberto a circulação sanguínea. Esse é somente um dos 15 hereges que o reformador fez executar durante a sua ditadura sobre Genebra.
Calvino tem um papel muito ativo na prisão e depois na condenação à morte de Michel Servet. Primeiro ele troca correspondência com ele e depois que o médico, fugindo da inquisição, chega a Genebra, manda-o prender. Calvino havia dito a seu amigo, o reformador Farel, que se Servet entrasse em Genebra, de lá não sairia vivo. Ele manteve a sua promessa e interveio pessoalmente no julgamento pedindo a sua execução. A única clemência dada a Servet foi de ser decapitado em vez de queimado vivo.

Ano de 1571
A invenção da imprensa permite que um número crescente de pessoas se informe. A Igreja reage criando o Índex (Index Additus Librorum Prohibitorum): essa instituição editava regularmente a lista dos livros proibidos. A última edição do Índex foi publicada em 1961.

Anos de 1566 a 1572
Pio V, papa. Este santo da Igreja católica vangloria-se publicamente diversas vezes de ter, durante a sua carreira de inquisidor, colocado fogo com suas próprias mãos em mais de 100 fogueiras de hereges que ele mesmo acusara, confundira e condenara.
Publica também uma nova edição do catecismo oficial da Igreja, no qual o amor ao próximo e a misericórdia ocupam um lugar importante.

Anos de 1547 a 1593
Guerras de religião na França. As subseitas cristãs entregam-se a uma guerra civil sem perdão, interrompida por diversas pazes e tréguas temporárias. Durante uma delas, teve lugar o massacre de 20.000 protestantes, homens, mulheres e crianças, numa só noite, a tristemente célebre Noite de S. Bartolomeu (1572).

Fim do século XVI até ao início do século XVIII
Conversão forçada dos índios Pueblo. Subindo pela costa do golfo do México, os exploradores espanhóis, sempre acompanhados de monges e padres, entram em contato com a tribo dos Pueblo, no território que hoje pertence ao estado americano do Novo México: diferentes dos índios nômades das planícies do Norte e doutros indígenas mais combativos que os espanhóis encontraram no México e na América do Sul, os índios Pueblo vivem em aldeias (los pueblos) de casas de tijolos com 2 ou 3 andares, são pacíficos e praticam a agricultura. Seguem uma religião na qual se venera o “Pai do Céu” e a “Terra Mãe”, temem os demônios (os Skinnwalkers) que andam pela crista das montanhas ao pôr do sol, veneram os corvos como reencarnação dos seus antepassados. Eles têm também um rico templo de deuses semelhantes aos dos gregos, sendo o seu deus principal a mulher-aranha. As cerimônias são celebradas em pequenas igrejas familiares, as Kivas. Estes pacíficos agricultores logo se tornam objeto de atenção dos padres espanhóis, impacientes por substituir o culto do Pai Céu e da Mãe Terra por aquele de cujo deus se bebe o sangue durante as cerimônias: os pajés índios são acusados de bruxaria e executados. As Kivas são destruídas pelos militares hispânicos. Os cultos religiosos tradicionais são proibidos, sob pena de mutilação. Índios surpreendidos a celebrar uma cerimônia tradicional terão um braço ou um pé cortados. Apesar disso tudo, alguns índios continuarão a fazer os seus cultos, em segredo e à noite. Os padres católicos usarão esse fato nos seus sermões e que os índios ainda hoje citam com amargura: os padres diziam que a religião dos índios era a das trevas, pois era sempre à noite, enquanto que o cristianismo era a religião da luz, pois se come a carne e se bebe o sangue do deus cristão em pleno dia. Diversas revoltas sangrentas pontuam a cristianização dos Pueblo. Essa perseguição religiosa só cessará depois da anexação do território pelos EUA, em 1847.

Ano de 1600
Giordano Bruno é queimado vivo em Roma, condenado por heresia. Ele havia ousado definir o Universo como infinito e admitido a hipótese da existência de formas de vida fora da Terra. Era demais para a Igreja. Depois de 8 anos de processo, durante os quais lhe são arrancadas confissões, sob tortura, ele é condenado à morte como “herege obstinado e ímpio”. Ele se defende tentando mostrar que as suas idéias não estão em contradição com as doutrinas cristãs, mas em vão. Ele foi queimado vivo, em público, em Roma, no Campo dei Fiori. Tiveram o cuidado de lhe cortar a língua antes de o enviar ao local da execução, para evitar todo o risco de que as suas palavras emocionassem a multidão que veio assistir ao espetáculo. O seu principal acusador, o cardeal Bellarmino, será mais tarde canonizado e, em 1930, proclamado “Doutor da Igreja”.
É interessante notar que, no caso de Galileu, a Igreja católica expressou o seu arrependimento no fim do séc. XX, com a sua reabilitação em 1992, nunca se arrependerá da execução de Bruno. Pelo contrário, ela se opôs com veemência à instalação duma estátua de Giordano Bruno, em 1889. Em 1929, o papa pediu a Mussolini para que destruísse essa estátua, antes de canonizar e depois nomear “Doutor da igreja” o cardeal Roberto Bellarmino, acusador de Giordano Bruno.

Ano de 1609
Expulsão dos mouros de Espanha. Depois da expulsão dos judeus de Espanha, a inquisição se aborrecia um pouco nesse belo país. Lança então a caça aos “morescos”, os árabes convertidos ao cristianismo. Há a suspeita de serem falsos convertidos e são executados todos os que se recusam a beber vinho ou comer carne de porco, ou que sejam limpos demais. Com efeito, o Islamismo, contrariamente ao cristianismo, prescreve lavagens periódicas. A higiene nunca foi tão perigosa como no séc. XVI em Espanha! Enfim, em 1609, temendo talvez ter deixado passar alguns falsos convertidos, a inquisição consegue do rei a expulsão dos “morescos” para o Norte da África. O número dos expulsos é mal conhecido: as estimativas variam entre 300.000 e 3.000.000. Os expulsos chegam a terras islâmicas, onde o Corão prevê a pena de morte para os que renegaram Mahomé...

Ano de 1633
Processo de Galileu. Por ter duvidado da teoria geocêntrica de Ptolomeu, (que, diga-se de passagem, não era cristão), Galileo Galilei é obrigado a retratar-se: são-lhe mostrados os instrumentos de tortura que seriam usados se ele insistisse. O processo de Galileu só foi reaberto para revisão pelo papa João Paulo II, e Galileu é reabilitado em 1992.
As suas obras já tinham sido colocadas no Índex em 1616. Passará o resto da sua vida confinado na sua casa (prisão domiciliar). Foi a sua reputação internacional de cientista que lhe evitou conseqüências mais graves.

Anos de 1618 a 1648
Guerra dos 30 anos. Os muito católicos reis de Habsbourg forçam a conversão dos seus súbditos protestantes da Boêmia, iniciando a maior guerra que o continente europeu tinha conhecido. A população da Alemanha é reduzida à metade. Numerosas cidades são devastadas. Epidemias de peste assolam toda a Europa Central, desde a Lombardia à Prússia.
Trata-se realmente duma guerra religiosa, embora as igrejas tenham tentado fazer crer que se tratava dum conflito político: a guerra iniciou-se por conflitos religiosos e pela ação de reis estrangeiros, como Gustavo II da Suécia, que intervieram por razões de convicção religiosa. O caso de Gustavo II é particularmente significativo, pois obrigava seus soldados a cantar canções religiosas todas as noites, embora eles fossem uns terríveis saqueadores. O exército sueco ganhou o título de “Schrecken des Krieges” pela população alemã, que teme a pilhagem dos suecos ainda mais do que as feitas pelos exércitos dos Habsbourg.

Segunda metade do séc. XVIII
O assunto das reduções do Paraguai. Este caso é particularmente interessante, pois aqui os católicos se massacram e se excomungam entre eles. Os jesuítas haviam estabelecido no Paraguai um pequeno império particular feito de reduções (redutos), ou seja, pequenas aldeias fortificadas na floresta, onde viviam os índios convertidos ao cristianismo, mas uma correção das fronteiras coloca alguns desses redutos em território português. Ora, Portugal, país católico e cristão, mantém na época a tradição da escravatura: os portugueses pensam então roubar aos jesuítas os índios para depois vendê-los como escravos.
O papa intervém, excomunga os jesuítas das reduções. Depois, um exército, com os canhões e espadas benzidas pelos padres de serviço, ataca as reduções, massacra os jesuítas e toma os índios como escravos. Um Te Deum solene celebra a vitória, como deve.
Pouco depois o papa interdita a ordem dos jesuítas, culpada de ser muito inteligente e racional, e sobretudo de não ter servido com lealdade a família de Bourbon, reis de França e de Espanha, monarcas absolutos e grandes amigos da Igreja católica.

Ano de 1766
Em pleno século das luzes, um jovem de 19 anos, o Cavaleiro de la Barre, passa “a vinte passos duma procissão, sem tirar o chapéu”. É preso e torturado. Finalmente é decapitado depois de lhe terem cortado a língua. O seu corpo é depois colocado sobre uma fogueira e queimado junto com um exemplar do Dicionário Filosófico de Voltaire, diante duma multidão entusiasmada.

Ano de 1788
No Cantão de Glaris, na Suíça, a última bruxa foi queimada.
Esta execução da Inquisição não foi a última, e continuará queimando hereges até 1826.

Ano de 1793
Kant, professor de Filosofia em Konigsberg e estrela internacional da filosofia moderna, depois da publicação da “Crítica da Razão Pura”, publica “A religião nos limites da Razão”, onde ele coloca as doutrinas cristãs à prova do raciocínio e do “imperativo categórico”. É demais para os piedosos reis da Prússia, que empurrados pelos prelados protestantes, intervém e Kant é forçado a retratar-se publicamente, sob pena de perder imediatamente o seu posto na universidade de Konigsberg. Todos os professores universitários são obrigados a assinar, sob pena de dispensa imediata, um documento onde prometem não citar os ensinamentos de Kant com relação à religião. Como no caso de Galileu, a fama internacional de Kant o salva de conseqüências mais severas. Kant ainda pensa em se exilar, mas neste fim de século, há poucos céus clementes para pensadores que ousaram criticar aspectos da ideologia cristã. Assim acabará os seus dias em Konigsberg.

Ano de 1826
O último herege é queimado vivo pela inquisição espanhola. Uma rica tradição cristã termina. Daí para a frente, a Igreja recorrerá a meios mais sutis para matar, como proibir a assistência a mulheres que devem abortar, sabotando o planejamento familiar nos países pobres, proibindo os preservativos como modo de lutar contra a Aids-Sida, etc.

Ano de 1847
Guerra do Sonderbund. A Suíça é dilacerada por uma guerra religiosa. Os cantões católicos, cujos governos estão muito influenciados pelos conselheiros jesuítas, fundam uma aliança militar, o Sonderbund, que exige a anexação aos cantões católicos de regiões majoritariamente protestantes. Chamam os monarcas católicos da Áustria em seu auxílio, depois iniciam as hostilidades. Somente uma vitória rápida das tropas federais/protestantes permitiu evitar uma intervenção austríaca, que levaria a um conflito de extensão européia.
Os protestantes, por seu lado, encetam uma feroz “Caça aos católicos”, nos campos de Genebra.
Os jesuítas, considerados responsáveis pela guerra, são expulsos da Suíça, e essa expulsão valerá até 1970.

Ano de 1848
A população de Roma revolta-se contra a ditadura papal. O papa é expulso. Volta ao poder em 1849, devido à ação das tropas francesas enviadas por Luís Napoleão Bonaparte, presidente da república francesa. Os opositores são fuzilados. O Estado da Igreja volta a ser uma monarquia absoluta, cujo soberano é o papa.

Ano de 1871
O papa excomunga todo aquele que participar de qualquer eleição do estado italiano, que é classificado como “diabólico”, porque retirou aos papas o seu poder temporal. Essa sentença de excomunhão automática não impedirá o papa de abençoar, alguns anos depois, a fundação do “Partito populare”, de inspiração católica e fundado por um padre.

Ano de 1881
Os “Pogroms” russos começam. Incitados pelos prelados ortodoxos, que difundiram um boato que o Czar Alexandre II teria sido assassinado por um judeu, multidões se juntam em mais de 200 cidades russas e destroem os bens dos judeus. Os pogroms tornar-se-ão comuns na piedosa Rússia Czarista, sobretudo entre 1908 e 1917. O mais violento dentre eles teve lugar em Kishinev, em 1913: as autoridades civis e religiosas da cidade incitam a multidão que ataca violentamente os judeus. Durante dois dias a multidão mata 45 judeus, fere 600 e pilha 1500 casas. Claro que os responsáveis (popes e políticos) nunca serão incomodados pela justiça.

Ano de 1889
Numa Roma livre do jugo papal, no dia 9 de junho, é inaugurada a estátua de Giordano Bruno, no Campo das Flores. O papa Leão XIII, sofredor, passará o dia todo de jejum aos pés da estátua de S. Pedro. A imprensa católica dispara: fala de “orgia satânica”, descrevendo a manifestação da inauguração, o “triunfo da sinagoga, dos arquibandidos da Maçonaria, dos chefes do liberalismo demagógico”, “o máximo da ignorância e da malignidade anti-clerical”.

Anos de 1918 a 1945
Os anos do compromisso. A Igreja católica apóia ativamente o crescimento dos totalitarismos na Europa. Na Áustria, o seu apoio ao Austro-Fascismo é total. Na Itália, ela assina com o regime fascista uma concordata que faz do catolicismo a religião de estado: os italianos podem de novo votar sem serem excomungados, pena que isso de pouco serve em período de ditadura. A Igreja sacrifica em grande parte as suas próprias associações: todas, exceto a Ação Católica, devem integrar as organizações fascistas. O Vaticano promete a Mussolini de fazer com que a Ação Católica não se deixe tentar por ações antifascistas.
Em 1929, Mussolini, depois de ter assinado a concordata dita “Patti Lateranensi”, é qualificado pelo papa como “o homem da providência”. Em 1932, o ditador recebe das mãos do papa a Ordem da Espora de Ouro, que é a mais alta distinção concedida pelo Estado do Vaticano.
Essa bela harmonia vai resistir mesmo ao momento de tensão causado pela estátua de Giordano Bruno. O papa aproveita a concordata para pedir ao seu amigo ditador que destrua a estátua erigida em 1889. O ditador, que tem um filho com o nome de Bruno, toma a defesa do livre-pensador e declara à Câmara de Deputados que “A estátua de Giordano Bruno, melancólica como o destino desse monge, ficará onde ela está. Tenho a impressão que seria se encarniçar contra esse filósofo que, se equivocado e persistiu no erro, no entanto já pagou”. Para mostrar que não se arrepende de nada a Igreja canoniza então Roberto Bellarmino, o acusador de G. Bruno, nomeando-o “Doutor da Igreja”.
Na Alemanha, em janeiro de 1933, o Zentrum, partido católico, cujo líder é um prelado católico (Pralat Kaas), vota plenos poderes para Hitler: este último pode assim atingir a maioria de dois terços necessária para suspender os direitos garantidos pela Constituição. Com uma caridade toda cristã, o bom prelado aceita também fechar os olhos para os discutíveis processos nazistas, como a prisão dos deputados comunistas antes da votação. Depois a Igreja começa a negociar uma nova concordata com a Alemanha: nesse cenário, ela sacrifica o Zentrum, então o único partido significativo que os nazistas não tinham proibido. Na realidade ele tinha-o ajudado a chegar ao poder. Em 5 de julho de 1933, o Zentrum se dissolve sob solicitação da hierarquia católica, deixando o caminho livre para o NSDAP de Hitler, então partido único.
Hitler declara-se católico no “Mein Kampf”, o livro onde ele anuncia o seu programa político. Também afirma que está convencido ser ele um “instrumento de deus”. A Igreja católica nunca colocou no seu Índex o “Mein Kampf”, mesmo antes da ascensão de Hitler ao poder. Podemos acreditar que o programa anti-semita do futuro chanceler não desagradava à Igreja. Hitler mostrará o seu reconhecimento tornando obrigatória uma prece a Jesus nas escolas públicas alemãs e reintroduzindo a frase “Gott mit uns” (Deus está conosco) nos uniformes do exército alemão.
Em 1938, as SS e SA organizam a “Noite de Cristal”: com trajes civis, os milicianos nazistas atacam sinagogas e lojas pertencentes a judeus. A população alemã está horrorizada e aterrorizada. O bispo de Freiburg, monsenhor Gröber, declara então, em resposta às perguntas sobre as leis racistas e os pogroms da noite de cristal: “Não podemos recusar a ninguém o direito de salvaguardar a pureza da sua raça e de elaborar medidas necessárias a esse fim”.
Na Espanha, um general tenta um golpe de estado militar, que aborta mas degenera em guerra civil. A Igreja o apóia, padres e bispos benzem os canhões de Franco, celebram com muita pompa Te Deum pelas suas vitórias contra o governo republicano legítimo. A guerra faz mais de um milhão de mortos, e Franco fuzila todos os prisioneiros. Franco se mostrará reconhecido por seus piedosos aliados, nomeando diversos membros da Opus Dei para o seu governo. A influência da Opus Dei crescerá ao longo da ditadura franquista, ao ponto de se chegar a mais de metade dos ministros serem membros dessa venerável instituição católica.
Na França, a Igreja declara, desde 1940, que “Petain é a França”: ela prefere de fato o Trabalho-Família-Pátria do estado francês às Liberté-Égalité-Fraternité da República, que sempre a horrorizaram.
Durante a 2a guerra mundial, o Vaticano estava ciente do extermínio dos judeus pelos nazistas. Saber-se-á, após a guerra, que o papa diversas vezes esteve para fazer um pronunciamento público, mas que finalmente se absteve essencialmente pela sua comunistofobia e achando que uma vitória russa seria “pior”. No entanto ele chorou em 1942, junto às ruínas de Roma, bombardeada pelos aliados. Também ele se esquece de mencionar que o seu aliado político Mussolini tinha solicitado a Hitler para ter “a honra de participar dos bombardeamentos sobre Londres”, é verdade que o papa não habitava em Londres...

Ano de 1948
O papa declara que todo aquele que votar nos comunistas ou que ajudar esse partido de qualquer maneira será automaticamente excomungado. Essa medida divide as famílias, provoca exclusões socialmente intoleráveis para muitos e obriga à clandestinidade de numerosos comunistas nas zonas rurais.
Os curas italianos apressaram-se a traduzir essa decisão em fatos, e pedem que as suas ovelhas votem no grande partido anticomunista (DC – Democrazia Cristiana). O partido DC vai-se afundar logo em seguida na corrupção generalizada nos anos 90.

Ano de 1961
Última edição do índex (Índex Additus Librorum Prohibitorum), que cita como autores cujas obras são proibidas de leitura pelos católicos entre outros: Jean-Paul Sartre, Alberto Moravia, André Gide.

Anos 80
Depois de um período de aparente liberalização, o papa João Paulo II chega à cabeça da maior seita do mundo e rende-se às mais terríveis tradições da Igreja.
A sua condenação do preservativo, como modo de luta contra a Aids-Sida, provoca um grande número de mortos, difícil de estimar. Pratica uma política ativa de sabotagem às medidas de controle da natalidade no terceiro mundo. As conseqüências são difíceis de contabilizar, mas podem ser medidas em termos de fome, miséria, criminalidade e falta de assistência médica nos continentes mais pobres – América do Sul e África.
Na sua caça aos hereges, o papa suspende “A divinis”, dois teólogos alemães que tinham ousado duvidar, um da infalibilidade papal, e outro da imaculada concepção de Maria. (Nota 5)

Anos 90: guerras de religião na Iugoslávia
A Iugoslávia era, nos anos 80, uma das terras favoritas para férias balneares dos europeus. A publicidade iugoslava da época vendia o caráter multireligioso do país como um argumento turístico, pois se podia ver em Mostar e em outras belas cidades as mesquitas e as igrejas lado a lado. Mas o país se afundou numa série de guerras civis que se querem descrever como guerras “étnicas”, quando na verdade se tratam de guerras religiosas. O caso da guerra da Croácia é o mais flagrante. Sérvios e croatas têm a mesma origem étnica e até a mesma língua, o Croata-servo. O mais irônico é que o croata-servo (servo-croata, escrito em caracteres latinos), é hoje a língua oficial dos soldados do exército Iugoslavo que combateu em Kosovo contra a OTAN, depois de ter lutado contra os croatas no início dos anos 90. Mas a religião separa os croatas dos Sérvios: os croatas foram cristianizados por Roma e são católicos. Os sérvios foram cristianizados pelos bizantinos e são ortodoxos. Quando Milosevitch começa a agitar o espectro da “Grande Sérvia”, a Croácia declara a independência. Imediatamente o Vaticano e a R. F. da Alemanha, cujo chanceler se declarava um católico convicto, reconhecem a Croácia católica como estado independente. O Vaticano mandou para todo o mundo anúncios para que os países reconhecessem o novo estado católico. O papa multiplica os apelos, as preces e as missas pela independência da Croácia. Durante esse tempo, o ditador croata, antigo oficial superior do regime comunista e também católico praticante, deu férias para todos os seus funcionários ortodoxos, isto é, sérvios. Depois escolheu como bandeira nacional a antiga insígnia dos Oustachis, que entre 1940 e 44 tinham praticado um genocídio de cerca de 600.000 sérvios. A guerra civil iniciou-se.
Finalmente termina essa guerra, e o papa beatifica o cardeal Stepinac que havia qualificado Ante Palevitc, o ditador Oustachi durante a ocupação de 1940/44, de “Dom de deus”, para a Croácia e o havia apoiado ativamente.
A guerra da Iugoslávia continuou depois na Bósnia, onde os membros dos três grupos religiosos (ortodoxos, muçulmanos e católicos) se enfrentaram em uma série de combates triangulares, tendo a população civil como a principal vítima. Depois a guerra passou para o Kosovo, província agrícola sem interesse estratégico, e todos sabemos o que se passou.
As guerras da Iugoslávia são um caso emblemático da catastrófica intolerância que é típica das religiões “reveladas”: as comunidades religiosas se enfrentam, neste final de século, em nome de religiões que elas receberam dos acasos da expansão dos diversos impérios (Romano, Bizantino e Otomano) desde a idade-média.

"Não há pessoa no mundo q saiba ou q possa compreender o q já fiz em minha vida. E não há pessoa no planeta q possa fazer como eu fiz. (Gilles de Rais)"

quinta-feira, julho 05, 2007

Quasarh

QUASARH
Iniciação e ritos de passagem

Por Jan Duarte

Em todas as sociedades primitivas, determinados momentos na vida de seus membros eram marcados por cerimônias especiais, conhecidas como ritos de iniciação ou ritos de passagem. Essas cerimônias, mais do que representarem uma transição particular para o indivíduo, representavam igualmente a sua progressiva aceitação e participação na sociedade na qual estava inserido, tendo portanto tanto o cunho individual quanto o coletivo.

Geralmente, a primeira dessas cerimônias era praticada dentro do próprio ambiente familiar, logo em seguida ao nascimento. Nesse rito, o recém-nascido era apresentado aos seus antecedentes diretos, e era reconhecido como sendo parte da linhagem ancestral. Seu nome, previamente escolhido, era então pronunciado para ele pela primeira vez, de forma solene.

Alguns anos mais tarde, ao atingir a puberdade, o jovem passava por outra cerimônia. Para as mulheres, isso se dava geralmente no momento da primeira menstruação, marcando o fato que, entrando no seu período fértil, estava apta a preparar-se para o casamento. Para os rapazes, essa cerimônia geralmente se dava no momento em que ele fazia a caça e o abate do primeiro animal. Ligadas, portanto, ao derramamento de sangue, essas cerimônias significavam a integração daquela pessoa como membro produtivo da tribo: ao derramar sangue para a preservação da comunidade (pela procriação ou pela alimentação), ela estava simbolicamente misturando o seu próprio sangue ao sangue do seu clã.

Variadas cerimônias marcavam, ainda, a idade adulta. Entre os nativos norte-americanos, algumas tribos praticavam um rito onde a pele do peito dos jovens guerreiros era trespassada por espetos e repuxada por cordas. A dor e o sangue derramado eram, dessa forma, considerados como uma retribuição à Terra das dádivas que a tribo recebera até ali.

Outras cerimônias seguiam-se, ao longo da vida. O casamento era uma delas, e os ritos fúnebres eram considerados como a última transição, aquela que propiciava a entrada no reino dos mortos e garantia o retorno futuro ao mundo dos vivos.

Todas essas cerimônias, no entanto, marcavam pontos de desprendimento. Velhas atitudes eram abandonadas e novas deviam ser aceitas. A convivência com algumas pessoas devia ser deixada para trás e novas pessoas passavam a constituir o grupo de relacionamento direto. Muitas vezes, a cada uma dessas cerimônias, a pessoa trocava de nome, representando que aquela identidade que assumira até então, não mais existia - ela era uma nova pessoa.

Nos tempos atuais e nas sociedades modernas, muitos desses ritos subsistiram, embora muitos deles esvaziados do seu conteúdo simbólico. Batismo e festas de aniversário de 15 anos, por exemplo, são resquícios desse tipo de cerimônia, que hoje representam muito mais um compromisso social do que a marcação do início de uma nova fase na vida do indivíduo.

No entanto, a troca do símbolo pela ostentação pura e simples, acaba criando a desestruturação do padrão social. Tomando o batizado cristão como exemplo, poderia-se perguntar quantas pessoas que batizam os seus filhos são, realmente, cristãs. Quantas pretendem realmente cumprir a promessa solene, feita em frente ao seu sacerdote, de manter a criança na fé dos seus antepassados? Obviamente, nas sociedades primitivas, tais promessas eram obrigações indiscutíveis e sagradas. Rompê-las era colocar em risco a própria sobrevivência da tribo como unidade coerente, o que não era, ao menos, cogitável.

A Iniciação dos Xamãs e Heróis

Ao lado dos ritos que abordamos, de certa forma institucionalizados e regulados pela família e pela sociedade, haviam outros ritos específicos, que poderiam configurar uma categoria distinta de passagem ou iniciação. Embora pudessem acontecer depois de alguma preparação, era comum que esses ritos ocorressem espontâneamente, a partir de uma casualidade que era então tida como propiciada pelos deuses. Estes eram os ritos de iniciação dos xamãs ou dos heróis.

Muitas pessoas, após passarem incólumes por algum tipo de experiência traumática, que poderia ter provocado a sua morte, eram consideradas como pertencendo a uma classe especial. Estados semicomatosos induzidos por doenças, picada de animais peçonhentos, etc, eram normalmente considerados como modificadores da pessoa, que retornaria desses estados possuindo uma nova e mais clara visão do mundo. Essas pessoas, geralmente, eram alçadas à condição de xamãs pela tribo.

Por um outro lado, o contrário também poderia acontecer: dentro do processo normal de treinamento de um xamã, chegava-se a um ponto em que determinadas provas deveriam ser enfrentadas, para que o treinando comprovasse a sua capacidade de enfrentar seus medos e seus próprios limites físicos e mentais. Isolamento, frio, fome, às vezes extremos, eram utilizados nesse sentido.

A idéia aqui, portanto, não era a de rito de passagem simplesmente como transição de um período para outro da vida, mas também como de um estado de consciência para outro. Ou seja: essa forma de rito não depreendia uma idade ou ocasião específica, e nem ao menos uma cerimônia específica. Poderia acontecer a qualquer momento da vida, por acaso ou por escolha própria, e tinha um cunho de transformação de personalidade mais profundo, geralmente associado a uma missão a cumprir, após a iniciação.

O caráter de morte e renascimento nesses ritos era profundamente marcado. Vê-se tal caráter em diversas lendas de heróis mitológicos, como, por exemplo, no mito egípcio de Osíris, que possui todas as características associadas ao processo das iniciações míticas.

Osíris era uma divindade civilizadora - a ele era atribuída a invenção da escrita e o desenvolvimento da agricultura. No mito, seu corpo é despedaçado e espalhado por todo o Egito; em seguida sua esposa Ísis empreende uma longa busca pelos seus pedaços, e reúne-os para que ele gere com ela seu filho Hórus, que irá prosseguir seu trabalho civilizador. Há de se notar que Ísis, além de esposa, era irmã de Osíris, ou seja: a idéia é que os dois, na verdade, eram duas faces distintas de uma mesma pessoa. Osíris representa o aspecto de nossos conhecimentos prévios que hão de ser desfeitos, ao passo que Ísis representa a parte de nós que realiza a busca e a reconstrução.

Note-se, também, que Osíris (o conhecimento), após ser reconstruído, não permanece existindo, mas apenas cumpre a função de gerar em Ísis um novo ser, filho da fusão entre as duas partes. A mensagem, portanto, é: aquele que busca o conhecimento deverá morrer (perder a individualidade, desfazer-se), recolher suas partes através de um árduo e longo trabalho e, por fim, transformar-se em um novo ser, com uma missão a cumprir.

O Significado das Iniciações no Paganismo

O termo iniciação tem sido bastante mal compreendido dentro do paganismo atual. Confunde-se iniciação com "início", e muitos julgam que a iniciação seria uma espécie de cerimônia de admissão em certas vertentes do paganismo. Contrapõe-se a figura do iniciante à do iniciado, o que é correto apenas em parte.

Na realidade, há de se encarar o paganismo, se não como uma religião (já que essa palavra geralmente implica dogma e sistematização), pelo menos como uma forma de manifestação da religiosidade natural do ser humano. Dessa maneira, não faria sentido um ritual específico para que uma pessoa pudesse praticá-lo, da mesma maneira que nenhuma condição é pré-estabelecida para que alguém frequente uma igreja. Por um outro lado, para a maioria das pessoas, adotar essa forma pagã de religiosidade significa romper, de qualquer maneira, com velhos dogmas e sistemas, ou seja: é uma forma de passagem. Já que a própria concepção pagã, como descrevemos no início deste texto, preconiza a marcação das passagens com celebrações específicas, a idéia da existência de uma cerimônia de iniciação (ou várias) estaria portanto justificada.

O que se vê, no entanto, não é isso. A idéia da iniciação, por ser mal compreendida, é comumente descrita como uma espécie de ritual mágico, que pode ser realizado sozinho e que transformaria as pessoas em bruxos. Isso é, pura e simplesmente, uma deturpação da idéia.

O rito de passagem tem suas próprias funções, como vimos: ele marca transições, marca o assumir de novos hábitos e responsabilidades e marca a aceitação de uma pessoa por um determinado grupo. Não se poderia esperar, no entanto, que essas transformações fossem efetivadas sem uma preparação específica. Voltando às sociedades tribais, podemos observar que os jovens, no decorrer de sua vida, são constante e cotidianamente preparados para os momentos de seus ritos de passagem. Apenas como exemplo, o futuro caçador passa por vezes anos acompanhando os grupos de caça, assumindo funções progressivamente mais importantes nesses grupos, até finalmente chegar a abater, sozinho, a sua primeira presa. Quando isso acontece, ele passa pela cerimônia que marca a sua aceitação pelo grupo dos caçadores, tendo provado que é digno de fazer parte desse grupo.

Assim, a idéia de uma cerimônia de iniciação dentro do paganismo, se admitida como necessária, há de ter essas mesmas características. Passar por essa cerimônia significa que o iniciado adquiriu conhecimento e prática, e por isso mesmo tornou-se digno de fazer parte de um grupo. Logo, isso não pode ser nem um ato prévio nem um ato solitário. É incongruente tanto dizer-se que novas atitudes serão assumidas sem que tenhamos nos preparado para isso, quanto nos admitirmos num "grupo" do qual apenas nós fazemos parte.

As Jornadas Iniciáticas

Uma vez compreendido que a iniciação é o resultado de um processo mais ou menos longo de compreensão, conhecimento e prática, que leva a uma mudança de status pessoal por marcar uma mudança de hábitos; que ela é a culminância de um processo e não o processo em si, há de se entender como esse processo se dá.

Um processo de iniciação é um processo de trabalho da personalidade, que envolve, como dissemos, a desconstrução de padrões pré-estabelecidos e a construção de novos padrões, que passarão a nortear a nossa conduta e existência. Vemos uma representação desse processo nos arcanos maiores do tarô: cada um deles representa um passo, um degrau, um conhecimento específico que se deve adquirir, ao longo de um caminho iniciático. Esse caminho é, no tarô, percorrido pelo Louco, que justamente por isso é o arcano sem número, podendo se encontrar, portanto, em qualquer uma das posições, ou estágios do caminho.

O Louco representa a própria desconstrução. Consideramos louco tudo aquilo que não é estruturado, tudo aquilo que é, de certa forma, caótico ou vazio. No entanto, a real estruturação apenas pode surgir do caos; caso contrário, o que se dá é apenas uma reformulação, ou mesmo apenas um ajuste. É emblemática a frase que surge em praticamente todas as cosmogonias, com ligeiras variações: no princípio era o caos.

Uma jornada iniciática não pode partir de preceitos estabelecidos. Muito pelo contrário: ela deve começar justamente pela eliminação de todo e qualquer conceito que possa, de alguma forma, direcionar ou influenciar o caminho de quem se propõe a empreendê-la. Note-se que o Louco se encontra, justamente, à beira do abismo. O próximo passo, que ele já começou a dar, o lançará no desconhecido, sem nenhum ponto de apoio, deixando para trás tudo aquilo que é sólido.

Lançar-se no abismo (domínio do Ar e, portanto, dos inícios) significa, também, mergulhar na própria consciência, ir ao fundo de si mesmo, atirar-se ao fundo do poço de nossa personalidade. Ao atingirmos o fundo do poço, só existe um caminho de saída: para cima. Logo, apenas ao atingi-lo poderemos empreender a escalada; construir, degrau por degrau, a escada que nos levará das profundezas escuras de volta ao Sol, para que possamos, novamente, ver o Mundo.

Esse é, portanto, o teor da jornada iniciática, da qual a cerimônia de iniciação, o rito de passagem, marca simplesmente a culminância do processo. Por isso mesmo, em sua celebração, o rito busca reprisar os episódios da jornada, refazer a desconstrução e reconstrução da personalidade, representar em momentos aquilo que, por vezes, levou anos. No decorrer de nossa vida, podemos passar por diversos processos desse tipo, conscientes ou não, orientados ou não. O final de cada um desses processos é apenas o início do próximo.

Um exemplo disso nos é dado pela própria vida, a grande jornada iniciática em si, que encerra todo o processo cíclico de nascimento, aprendizagem, morte e renascimento. Somos matéria bruta ao nascermos e, ao longo dos anos, adquirimos o conhecimento que nos dá, na velhice, a clara visão do mundo, tão decantada como a sabedoria que surge com a idade. O próximo passo, no entanto, é novamente o mergulho no abismo, no desconhecido.




Colaborou por e-mail Mertiades de Azevedo