domingo, abril 09, 2006

Pegasus, o Cavalo Alado da Mitologia


A IMAGEM MENTAL E O SÍMBOLO
Pegasus, o cavalo alado da mitologia

Imagem mental são todas as imagens que a mente produz. Se você imaginar um avião, um passarinho, ou outra coisa qualquer, você estará produzindo uma imagem mental. Essa imagem pode ter som, movimento, cores, temperatura, etc, ou seja , ela pode ter todas as características que a realidade material tem.
Quando uma imagem é apenas uma imagem, sem uma história que a contextualize, ela é apenas rememoração, lembrança. Você se lembra de uma imagem, depois de outra, depois de outra. Se você experimentar ficar lembrando de coisas, vai reparar que chega um momento em que isto vai ficando cada vez mais difícil. Sua mente se cansa. Isso acontece porque nossa mente sempre procura trabalhar com imagens interligadas. Ela procura dar um sentido para as imagens. Exemplo: se você imagina um avião, sua mente imediatamente poderá fazer você se lembrar de quando era pequeno e ia ao aeroporto com seu pai. A partir daí sua mente começa a recriar ou criar uma história.
A mente organiza as imagens mentais colocando-as dentro de uma história ou de um contexto, isto quer dizer que nossa mente é composta por milhares de histórias que são criadas, recriadas, relembradas, esquecidas, de acordo com o momento que a pessoa está vivendo. Essas histórias são compostas de um tema central, de personagens principais e secundários, e de acontecimentos que vão se desenrolando. O tema central é o eixo da história. No exemplo do avião, a história que surgiu teve como tema central a relação pai-filho. Na imensa maioria das vezes o tema central permanece o mesmo, mesmo que a história em si mude. Ou seja, a história do exemplo do avião poderia ter um final feliz ou triste, poderia ter vários acontecimentos, e mesmo assim continuar tendo como tema central a relação pai-filho. Quando analisamos o desenrolar das histórias notamos que algumas situações, personagens, objetos, etc, tornam-se tão importantes que o enredo ( no todo ou em parte ) se desenvolve ao redor deles ou quando eles aparecem mudam o curso da história. Esses são os símbolos. O passeio com o pai no aeroporto pode ser simbólico, pois aí pode estar simbolizada a saudade da infância, a proteção do pai, seu amor e muitas outras coisas, o que torna esta situação central na história que a mente construiu e que tem como tema a relação pai/filho. As bruxas dos contos de fadas também são símbolos, pois elas simbolizam o desamor, a inveja, o desejo de prejudicar os outros, a decadência física, a infelicidade, etc, e sempre são uma figura central na história.
Podemos dizer que algumas imagens mentais são especiais, porque são símbolos. Todo símbolo é uma síntese da união de vários conteúdos ( veja quantas coisas as bruxas simbolizam ). Esses conteúdos têm origem na consciência e no inconsciente. Portanto, uma outra característica dos símbolos é que eles, apesar de estarem na consciência, possuem uma estreita relação com o inconsciente. Esse é o motivo pelo qual, geralmente, os símbolos são tão difíceis de serem compreendidos, como no caso da planta que aparece em um sonho e que é um símbolo da relação mãe-filho.
Como você já aprendeu, os símbolos são imagens poderosas e exercem grande influência sobre a consciência. Uma parte deste poder advém do fato deles serem uma síntese de diversos conteúdos. Outra fonte deste poder vem do fato dos símbolos serem energeticamente fortes. Parte da energia e dos conteúdos que criam e mantém a força de um símbolo tem origem nos estratos mais profundos da mente, que nós chamamos de arquétipos do inconsciente coletivo*. Esses arquétipos são os responsáveis por estruturar a mente desde os primeiros momentos de vida, e se utilizam dos símbolos para promover esta estruturação.
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* Os arquétipos "são as partes herdadas da psique, são padrões de estruturação" e organização do imaginário psíquico, "são entidades hipotéticas irrepresentáveis em si mesma e evidente somente através de suas manifestações." ( Pag. 38, Dicionário crítico de análise Junguiana, Samuels, A. & outros, Ed. Imago )
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Existem inúmeros arquétipos, como o arquétipo do pai, da mãe, do herói, etc. Cada tema central de uma história se refere a um arquétipo específico. Porém, todo arquétipo possui várias dimensões ( neste estudo consideraremos como sendo de dois tipos: positiva e negativa ). Cada dimensão faz com que nossa mente conte uma história diferente a respeito do mesmo tema. No exemplo do avião podemos supor que o arquétipo que estava em evidência era o arquétipo do pai, na sua dimensão positiva, por isto surge um símbolo positivo e consequentemente uma história, sentimentos e lembranças positivas. Imaginemos essa mesma pessoa vivenciando a dimensão negativa do arquétipo do pai. Ela iria organizar e interpretar suas memórias de modo a justificar essa vivência da dimensão negativa. Ela poderia interpretar um olhar como um sinal de reprovação. Ou um toque nos ombros como um empurrão. Ou seja, todas as vivências e memórias relacionadas ao tema da paternagem gravitam em torno do arquétipo do pai, sendo que a dimensão que prevalecer é que dará a forma como essas memórias e vivências serão organizadas. Se prevalecer a dimensão negativa será com esses "olhos" que a pessoa irá organizar e, por fim, enxergar esse aspecto da vida. Os arquétipos são iguais para todo mundo, porém, nossa relação com o mundo, com nós mesmos, com nosso corpo e com nosso futuro vai depender da dimensão que nós vivenciamos de cada arquétipo.
Com a técnica da Alquimia Simbólica você poderá vivenciar dimensões diferentes dos arquétipos e desta forma mudar sua vida, pois a mudança acontece a partir do momento em que você, ao estabelecer contato com as outras dimensões do arquétipo, "libera" a energia e os símbolos relacionados a esta outra dimensão para agir na sua mente. Se uma pessoa vive o arquétipo do pai pela dimensão negativa ela pode muito bem, ao entrar em contato com os símbolos que este arquétipo produz, conseguir vivenciá-lo na sua dimensão positiva. No exemplo do sonho da planta aconteceu o processo citado acima, a pessoa vivenciou a dimensão positiva do arquétipo da mãe e assim ela pôde começar a deixar de viver apenas a dimensão negativa deste arquétipo.
Repare bem: para a pessoa vivenciar a dimensão positiva do arquétipo da mãe, foi necessário que um símbolo ( a planta nutridora ) emergisse em sua consciência. Portanto, a forma como os arquétipos se expressam é através de símbolos.

GRÁFICO 3: O MAPA DA MENTE


Este gráfico revela que o inconsciente coletivo é a base da mente e que os arquétipos fazem parte deste inconsciente coletivo. Os símbolos têm origem nos arquétipos do inconsciente coletivo, atravessam o inconsciente pessoal agregando conteúdos desta parte da mente, para só então chegar à consciência onde agregam mais conteúdos. Devido a sua formação, os símbolos estão relacionados com todas as partes da mente e ao trabalharmos com os símbolos estamos trabalhando com a mente por inteira.

Agora você sabe não só que os sonhos rompem com a unilateralidade da consciência, mas também como os sonhos fazem para romper com esta unilateralidade. Podemos explicar da seguinte forma este processo: a consciência é unilateral, pois existem dimensões dos arquétipos ou mesmo arquétipos que a pessoa não vivencia ou vivencia de forma inadequada. Graças a propriedade auto-reguladora da mente o equilíbio psíquico tende a ser buscado, ou seja, o inconsciente reage buscando compensar este desequilíbrio. Uma das situações onde esta compensação é buscada é durante os sonhos. Neste momento, quando vivemos em um eco-sistema diferente, as outras dimensões não vivenciadas encontram melhores condições para se expressarem. Elas se expressam sob a forma de símbolos ( geralmente como imagem ) que se mantém na consciência porque possuem a energia das dimensões que os criaram. Estes símbolos se relacionam com outros conteúdos da consciência, transformando-a.
O trabalho com a Alquimia Simbólica consiste em utilizar as imagens dos sonhos para provocar uma revivência deste sonho, permitindo que as energias destas imagens ganhem autonomia e recriem uma história onde será possível vivenciar as outras dimensões arquetípicas que foram até então negligenciadas.
Je

Textpo retirado do site da Sociedade Teosófica


PEGASUS - O Mito

Perseus era um jovem corajoso que recebeu uma tarefa impossível do rei da ilha de Serifos, Polydectes, de trazer-lhe a cabeça do temido monstro marinho Górgona Medusa. Usando as sandálias aladas, presentes de Hermes, o escudo, presente de Athena, e o gorro da Invisibilidade, presente de Hades, Perseus voou, sem ser visto, até o lugar onde estava Medusa e suas duas irmãs, dormindo ao lado das já carcomidas estátuas dos outros heróis transformados em pedra por seu olhar. Olhando apenas para o reflexo da Medusa no seu escudo, Perseus arrancou a foice, cortou a cabeça da Górgona Medusa e a jogou na rede. Do seu sangue nasceu o maravilhoso cavalo alado, Pegasus. Pegasus, filho de Netuno e de Medusa, foi domado pelo herói Bellerophon, honrado em Corinth e Lycia, usando uma rédea doada por Athena, deusa da sabedoria. Pegasus se tornou a montaria preferida de Bellerophon que o cavalgou quando foi matar a Chimera (Quimera), monstro com cabeça de leão que expedia fogo, e tinha corpo de bode e rabo de serpente. Bellerophon matou-a, atirando uma lança em sua garganta. A lança tinha um pedaço de chumbo na ponta que derreteu com o fogo da respiração de Chimera, queimando-a por dentro. Bellerophon era um homem tão grande que acabou se achando igual aos deuses. Ele foi com Pegasus até o Monte Olimpo desafiá-los. Mas Zeus mandou uma vespa ferroar o animal que corcoveou, atirando Bellerophon na terra, onde ele terminou seus dias como mendigo. Quanto a Pegasus, Zeus começou a usá-lo para carregar seus raios. De volta à morada dos deuses, e durante o certame musical entre as Musas e as Piéridas, o monte Helicom inchou-se de prazer, ameaçando tocar o céu. Por ordem de Netuno, Pegasus bateu com o casco na montanha e a fez retornar ao tamanho normal; no lugar tocado pelo cavalo brotou a fonte Hipocrene. Mais tarde, Pegasus foi transformado em constelação do hemisfério boreal, onde brilha até hoje no chamado quadrado de Pegasus.

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